“Eu não preciso de nenhum deles” – Ele estava pensando
enquanto caminhava pelas ruas vazias de seu bairro. Desprendido de sentimentos
que o pudessem ligar a qualquer pessoa da face da terra. Indo pra qualquer
lugar, longe das pessoas que o amam.
...
Ele abriu os olhos, o quarto ainda pouco escuro com poucos
feixes de luz entrando pela janela, ainda sonolento não queria acreditar que
voltara ao que é seu maior pesadelo, a vida. Já começava a se questionar sobre
as razões humanas que o perturbavam desde que se teve consciência do próprio
ser, quando ouviu passos do lado de fora da porta...
Sua mãe, cantarolando uma música qualquer de forma errada, alterando
palavras e ritmos, coisa que o deixava um pouco perplexo e pensando: – “É tão
simples! É apenas uma música qualquer! Como é possível alguém não conseguir
fazer isso direito?” –... Algo simples.
Na maioria das vezes era fácil de entender que tudo o fazia
questionar. E na maioria das vezes isso o perturbava de forma extraordinária,
que tais questões extrapolavam o limite do imaginável.
Levantou-se, abriu a porta do quarto e ainda ouvindo sua mãe
cantarolar uma nova música erradamente, entrou no banheiro e jogou água no
rosto, pensando em mais problemas que não são seus, se olhando no espelho e
vendo a água escorrer pelo seu rosto inchado de tanto sono e não conseguindo
explicar quem refletia no espelho.
nioO
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